terça-feira, 12 de maio de 2015

LIVROS ESSENCIAIS SOBRE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Em 08 de maio de 2015 comemorou-se no mundo os 70 Anos da Vitória Aliada na Europa, a guerra no Pacífico só terminaria oficialmente em 2 de setembro, com a rendição japonesa. Nessas datas marcantes sempre são lançados novos livros sobre o tema e sempre surgem as inevitáveis listas das melhores obras já publicadas.

Como eu disse em um post antigo no blog, a Segunda Guerra Mundial ainda atrai e fascina muita gente, por isso tantos novos lançamentos e reedições de livros antigos sobre o maior conflito da História da humanidade.

Como no ano passado, quando se lembrava os 100 anos do começo da Primeira Guerra, pude ler em vários sites e blogs listas de livros das mais variadas sobre o conflito. Listas que se diziam "definitivas" ou "essenciais" ou ainda que apregoavam conter os "melhores" livros sobre a guerra. Interessante perceber que existe um número imenso de títulos, muita coisa boa, mas nesse meio também há que se separar o "joio do trigo".

Não é fácil fazer uma lista "definitiva" ou que possa ser considerada a "melhor" sobre um tema tão vasto e que mereceu tantos trabalhos de inúmeros autores ao redor do mundo nos últimos 70 anos.
Então como um neófito poderia se orientar na busca de alguns bons títulos, de qualidade garantida, sobre a deflagração?

Em primeiro lugar deve-se buscar os clássicos. Em que pese as obras mais recentes possam ter se beneficiado de documentos históricos, só recentemente liberados pelos governos dos países beligerantes, alguns livros mais antigos são obrigatórios e não perdem a importância, nem a relevância, com o passar dos anos. Depois, dê preferência aos autores consagrados.

Tenha cuidado com algumas armadilhas, editores brasileiros costumam alterar os títulos originais de alguns livros de autores inexpressivos para parecer com obras mais famosas. Infelizmente, até aqui encontramos o maldito "jeitinho brasileiro", em outras palavras, a canalhice vigarista brasileira. Por esta razão sempre procuro comprar edições portuguesas.

Lamentavelmente, não domino o inglês para ler um livro no idioma original, mas as edições portuguesas são muito melhores que suas congêneres brazucas, melhor acabamento, papel melhor, etc. Tenho diversos títulos editados em Portugal, e ao compará-los com suas versões tupiniquins constatei até 30% a mais de páginas nos livros lusitanos. No Brasil, para cortar custos, os editores fazem cortes criminosos em muitos livros, alteram os títulos e mudam as capas, em outras palavras, eles mutilam os livros.

Para comprar livros portugueses procure o site da Livraria Cultura, ou os sites portugueses da FNAC, WOOK e do EBAY luso. Vale lembrar que livros são isentos de qualquer tributação na importação. Importo muitos livros, vale cada centavo a diferença.

Voltando a falar das listas, interessante também é separar os subtemas. Algumas obras tratam do conflito como um todo, outras destacam fases ou batalhas da guerra, outras narram a perseguição aos judeus e o Holocausto e por fim existem as muitas biografias de personagens históricos e inúmeros diários pessoais. Nesse aspecto o personagem com mais livros publicados sem dúvida alguma é Adolf Hitler. Há centenas, ou mais, de obras com o nome do Fuhrer no título. Para se comprovar isso basta pesquisar no Google as palavras livro e Hitler.

Começando pelos títulos clássicos e, eu diria, obrigatórios, eu destacaria em minha modesta lista os seguintes livros:


01 - "Ascensão e Queda do Terceiro Reich", de William L. Shirer.


Shirer era um jornalista norte-americano, e correspondente na Alemanha nos anos 1930. Ele viu de perto o surgimento do nazismo e sua subida ao poder. Testemunha ocular, e observador arguto, de diversos acontecimentos históricos da época Shirer escreveu aquela que é considerada uma espécie de obra canônica sobre o tema.



Volume 1: Triunfo e Consolidação 1933 - 1939



No livro o autor é extremamente duro com a Alemanha e seu povo. Manteve essa dureza por toda sua vida, até falecer em 1993. O ponto fraco na obra, como em muitos livros da época, é a demonização de Hitler. O Fuhrer e demais líderes do Reich são apresentados como figuras malígnas, perdendo a perspectiva de serem apenas seres humanos. Lançado em 1960 e publicado no Brasil pela primeira vez em 1962, teve a última edição no país em 2008, pela editora Agir, em 2 volumes magníficos. Obra clássica obrigatória.



Volume 2: O Começo do Fim 1939 - 1945


02 - "Memórias da Segunda Guerra Mundial", de Winston S. Churchill.



Tido como um dos maiores líderes britânicos de todos os tempos Winston Churchill foi com certeza a primeira e mais desafiadora voz levantada contra Hitler e seu Terceiro Reich. Opositor ferrenho da política de apaziguamento de Neville Chamberlain, nos anos que antecederam a guerra, o político, jornalista, historiador e escritor Churchill colecionou inimigos por causa disso, sendo acusado de fomentador da guerra.

A obra prima de Churchill.


Depois do fracasso da conferência de paz em Munique em 1938 e com a posterior invasão alemã da Polônia e o início da guerra, Churchill se tornou Primeiro-Ministro em 10 de maio de 1940. Seu relato épico desses tempos foi publicado originalmente em 6 imensos volumes. Pela obra Churchill recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1953. O meu exemplar é a edição condensada (em volume único de 1.200 páginas) lançada no Brasil pela editora Nova Fronteira em 1995.

Como prega o velho adágio de quem "vence a guerra escreve a História" o livro de Churchill tem alguns deslizes, ou omissões, como, por exemplo, a defesa do muito criticado ataque aéreo Aliado a Dresden, em 13 e 14 de fevereiro de 1945. Por outro lado o autor alertava que os países do Leste Europeu praticamente trocaram a tirania nazista de Hitler pelo jugo soviético de Stalin.
Entretanto, sob todos os pontos de vista o livro é clássico e obrigatório a qualquer estudioso, ou curioso, da Segunda Guerra Mundial.


03 - "O Mais Longo Dos Dias", de Cornelius Ryan.


Do mesmo modo que o o livro de William Shirer, "O Mais Longo dos Dias" é uma obra canônica sobre a maior operação militar de todos os tempos, o desembarque Aliado nas praias da Normandia francesa em 6 de junho de 1944.


Um dos maiores clássicos sobre o Dia D.


Ryan, assim como Shirer, também era jornalista e correspondente de guerra. Esteve presente no Dia D e acompanhou o avanço das Forças Aliadas até a derrocada do regime nazista em 1945. O livro foi publicado originalmente em 1959 e ganhou uma célebre e "cult" superprodução no cinema em 1962.

Apesar de Stephen Ambrose e Antony Beevor terem lançado, mais recentemente, excelentes livros sobre o Dia D a magnífica obra de Cornelius Ryan repousa no panteão dos clássicos absolutos do conflito.


04 - "Por Dentro do Terceiro Reich", de Albert Speer.


Albert Speer era apenas um arquiteto alemão na Alemanha dos anos 1930. Após ouvir alguns discursos de Hitler pelo rádio Speer teve a oportunidade de ver o Fuhrer falar ao vivo, acabou seduzido pela famosa eloquência do grande orador. Entrou na Partido Nazista e acabou sendo o arquiteto favorito de Hitler, que fez os projetos de uma nova e grandiosa Alemanha.

Por causa de Hitler Speer teve uma rápida ascensão no governo nazista. Em 1937 era Inspetor Geral dos Edifícios do Reich e em 1942 se tornou Ministro das Armas e Munições voltando toda a produção industrial alemã para o esforço de guerra.


A obra clássica de Albert Speer.


Speer foi também o único nazista que aceitou inteiramente a responsabilidade pelos crimes de guerra pelos quais foi julgado, e condenado em 1946, a 20 anos de prisão em Spandau. Entretanto, alguns historiadores britânicos o acusam de tentar passar uma imagem do "bom nazista". O historiador alemão Joachim Fest, que escreveu alguns livros sobre Speer, também sofreu a mesma acusação.

Filtrando um pouco o questionável "mea culpa" do autor, o grande mérito do livro é mostrar, com dados claros e precisos, que a Alemanha não estava preparada materialmente para a guerra em 1939. Se Hitler tivesse esperado até 1942 para começar a guerra e, se não tivesse atacado a União Soviética, a chance da Alemanha ter vencido a guerra, ou conseguido um armistício em bons termos, seria bem maior. Speer nunca aceitou o fato de o Fuhrer ter repetido o erro crasso de Napoleão ao ter lutado em duas frentes. O meu exemplar foi editado em 1975 pelo Círculo do Livro. Ainda criança, ganhei o livro de presente de um grande amigo de meu pai, foi o primeiro volume de minha biblioteca.


05 - "Os Generais de Hitler", organizado por Correlli Barnett.


O livro é uma coletânea de estudos de diversos historiadores militares sobre o caráter e a carreira dos 26 mais importantes generais de Hitler. A análise demonstra a competência e o êxito que esses generais tiveram nas grandes vitórias do começo da guerra e na longa resistência em meio a pesadas baixas até o fim do conflito.

Um detalhado e minucioso estudo dos 26 mais importantes generais de Hitler.


Uma coisa que sempre se questiona sobre o Terceiro Reich é como o povo e, principalmente, os generais e a Wehrmacht, puderam acatar de forma tão subserviente a tirania do regime. O livro busca dar essas respostas. Editado originalmente em 1989 foi reimpresso no Brasil em 2006 pela editora Zahar.



06 - "Hitler", de Joachim Fest.


Para os alemães do pós-guerra, o nazismo e suas consequências, sempre foram um grande tabu. Eles preferiam não lembrar, ou esquecer, a dura e triste realidade, e o pior: a culpa. A pensadora Gitta Sereny chamou isso de o grande "trauma alemão".




A volumosa biografia de Adolf Hitler, escrita pelo historiador alemão Joachim Fest em 1973, foi talvez o primeiro trabalho onde se tentou quebrar esse tabu, sendo também o primeiro escrito por um alemão. Fest foi acusado diversas vezes de tentar diminuir os crimes nazistas, nesse e em outros livros que publicou posteriormente.

Na Alemanha o livro foi um sucesso. Como a História sempre tem mais de um lado, ou diferentes pontos de vista, considero o livro de Fest muito bom, ele teve acesso na época aos mais recentes documentos de então. O historiador nasceu em 1926, portanto ele foi também um observador do período, o que apenas corrobora o seu trabalho.



07 - "Hitler", de Ian Kershaw.


Lançado em 2008 a biografia do historiador britânico Ian Kershaw é considerada por muitos como o trabalho definitivo sobre Hitler. Difícil falar em algo definitivo em História, mas o trabalho de Kershaw foi beneficiado pelo acesso a muitos documentos secretos abertos apenas nos anos 2000. O britânico adota uma postura bem mais dura em relação ao Fuhrer.





Entendo que os dois livros se complementam. A leitura das duas biografias, a de Fest e a de Kershaw, permite ao leitor criar uma visão mais próxima da realidade do que foi Adolf Hitler, um dos mais controversos personagens históricos de todos os tempos.


08 - "A Trilogia sobre o Terceiro Reich", de Richard J. Evans.


Os três volumes da monumental e estupenda obra de Evans são, seguramente, a análise mais profunda e o que de melhor se publicou sobre o regime nazista até hoje. São quase 3 mil páginas de um primoroso e detalhado texto.


Volume 1 da trilogia de Richard Evans.


"A Chegada do Terceiro Reich", lançado originalmente em 2003, narra os primeiros anos do então incipiente Partido dos Trabalhadores Alemães até o partido ser dominado por Hitler e rebatizado como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. O caminho dos nazistas até o poder em 1933 é meticulosamente estudado.


Volume 2 da trilogia de Richard Evans.



"O Terceiro Reich no Poder", lançado em 2005, mostra como, nos anos de 1933 a 1939, os nazistas conquistaram corações e mentes dos alemães, como distorceram a ciência e a cultura e colocaram o país no rumo de outra terrível guerra mundial. Nesse meio tempo explora também a perseguição aos judeus.


Volume 3 da trilogia de Richard Evans.


Por fim, "O Terceiro Reich em Guerra", lançado em 2008, nos detalha como Hitler mobilizou o país para a guerra geral e total em 1939 e como foi o conflito até a derrota final, em meio a ruínas de um país destruído e arrasado em maio de 1945.


09 - "O Holocauto - História dos Judeus na Segunda Guerra Mundial", de Martin Gilbert.


O livro de Sir Martin Gilbert é, junto com a obra de Saul Friedlander, referência no assunto, não há nada publicado que seja tão profundo e tão denso. Como sempre dizia o sobrevivente judeu Elie Wiesel, ler sobre o Holocausto é sempre doloroso, mas deve-se ler e reler, para lembrar e homenagear a todos aqueles que o mundo tentou esquecer.





O autor, renomado historiador britânico, também publicou um excelente livro sobre a Kristallnacht, a "noite dos cristais" em 10 de novembro de 1938, considerada a primeira explosão do ódio nazista contra os judeus, além de outros títulos sobre a Segunda Guerra.


10 - "A Alemanha Nazista e os Judeus", de Saul Friedlander.


O Holocausto continua a ocupar um lugar perturbador e central na consciência histórica da humanidade, num misto de perplexidade e ignomínia, negação e desdém, cuja projeção se concentra iconicamente na figura do líder nazista, Adolf Hitler. Sem ele, provavelmente o nazismo não teria existido como tal.

Volume 1: Os Anos de Perseguição 1933 - 1939.


Saul Friedlander ganhou o Pulitzer em 2008 pelo seu trabalho estupendo. Junto com o livro de Martin Gilbert a obra de Friedlander é referência sobre o tema tão difícil. Divididas em dois volumes, o primeiro narra os anos de perseguição de 1933 a 1939 e o segundo detalha o extermínio sistemático dos judeus entre 1939 até o fim da guerra em 1945.


Volume 2: Os Anos de Extermínio 1939 - 1945.

É uma leitura forte, dura e dolorosa, como todos os relatos do Holocausto, mas absolutamente necessária. Essa é uma história que deve ser contada exaustivamente, para que nunca mais se repita. Ela não pode ser esquecida.


11 - "Os Diários de Victor Klemperer - Testemunho Clandestino de um Judeu na Alemanha Nazista", de Victor Klemperer.


Victor Klemperer era um judeu assimilado que vivia em Dresden, na Alemanha. Apesar da origem judaica familiar ele era convertido ao protestantismo e nutria um sentimento muito forte de "alemanidade". Ele não se via como um judeu, mas sim como um alemão. Foi voluntário e herói na Primeira Guerra Mundial. Era casado com a ariana Eva Klemperer.

A perseguição aos judeus na Alemanha poupava os veteranos da Primeira Guerra e os casados com arianos, nos chamados casamentos mistos. Isso, aliado a uma boa dose de sorte, o salvou da morte certa nos campos de concentração. Ele também foi um sobrevivente do criminoso bombardeio Aliado de Dresden, nos dias 13 e 14 de fevereiro de 1945.


Os excepcionais Diários de Victor Klemperer.


Klemperer era um erudito, professor na Escola Técnica Superior de Dresden, cátedra que perdeu em 1935, ao ser demitido em razão das leis raciais nazistas. Ele escreveu um diário detalhado sobre o que via e sentia entre 1933 e 1945. Em suas perspicazes observações fica claro que o alemão comum sabia das atrocidades do regime à partir de 1942. Sua obra é de uma importância sem igual, um testemunho único da tragédia de um povo.

Estranhamente os Diários de Klemperer só foram publicados na Alemanha em 1995. Dresden ficava na Alemanha Oriental, sob o controle soviético. Isso talvez possa explicar porque essa obra fantástica tenha demorado 50 anos para vir a público.  


12 - "Uma Mulher em Berlim - Diário dos Últimos Dias de Guerra 20/04 a 20/06/1945", autora anônima.

A jovem de Berlim que escreveu esses diários não quis que sua identidade fosse revelada. Ao ler o livro entendemos o porque disso. Os diários narram as últimas semanas do conflito, os constantes bombardeios aéreos e depois a chegada dos russos que ocuparam a capital alemã.




Com a ocupação soviética começa uma nova fase do terror, além da fome, do frio e do medo da morte. Quase sempre embriagados, os soldados russos cometeram estupros indiscriminados contra as mulheres desprotegidas. Muitas foram estupradas repetidas vezes, em diversas ocasiões, em grupo.

A autora usa um discurso direto, ácido, quase sarcástico, para narrar esses dias de pavor. O livro só foi publicado na Alemanha em 1960 e causou imenso ultraje na opinião pública local, as feridas ainda eram muito dolorosas.


13 - "Crônicas da Guerra na Itália", de Rubem Braga.


O maior cronista brasileiro, um dos meus escritores favoritos, Rubem Braga era capaz de resgatar a magia poética do cotidiano em seus textos recheados de vida, lirismo e emoção. O cronista/jornalista acompanhou a FEB, Força Expedicionária Brasileira, que lutou na Itália entre 1944 e 1945, como correspondente do jornal Diário Carioca.




Os escritos do velho Braga durante a guerra mantiveram seu estilo único, mas são mesclados com a objetividade da informação do correspondente, com todas as cruezas dos dados de uma guerra sangrenta e suja.

Rubem Braga conseguiu escrever uma tocante e brilhante história: a da campanha, da vida, e dos feitos dos homens brasileiros na Itália.


14 - "Minha Luta", de Adolf Hitler.


O ex-cabo austríaco da Primeira Guerra, Adolf Hitler, tentou, com seus partidários, um fracassado golpe de Estado em Munique, em 1923. Preso, ele escreveu na cadeia aquele que seria considerado o livro sagrado do nazismo: Mein Kampf, ou Minha Luta.




Lançado em 1925 na Alemanha, sem muito alarde, o livro era difícil de ler, um tanto truncado, árido, mal escrito. Alguns alegam que Rudolf Hess seria o verdadeiro autor. Depois de 1933 se tornou um best-seller, chegando a 12 milhões de exemplares vendidos apenas na Alemanha. Durante os anos do regime era comum casais recém casados ganharem Mein Kampf de presente.

Poucas pessoas realmente o leram, o que foi uma lástima, pois naquelas páginas Hitler esboçava seus planos para a Alemanha e o mundo. Tudo o que ele fez como Fuhrer do país estava descrito no livro de forma minuciosa.

Como as pessoas, e o mundo, puderam não perceber isso? É uma pergunta que sempre se faz ao se ler as palavras de Hitler.

Livro polêmico, foi proibido em quase todo o mundo. Hoje em dia não é muito fácil encontrar um exemplar em português, quando se acha ele é bem caro. Entretanto, a obra é essencial para se compreender o fenômeno do nazismo e, em decorrência, os anos da guerra.


15 - "A Verdadeira Odessa - O Contrabando de Nazistas para a Argentina de Perón", de Uki Goñi.


O fato, criminoso e vergonhoso, de o Vaticano de Pio XII ter ajudado milhares de nazistas a escapar dos julgamentos do pós-guerra é bem conhecido. Eichamnn, Mengele, Prieble, dentre outros muitos criminosos nazistas tiveram a ajuda da Cruz Vermelha e dos católicos para fugir.





O livro de Uki Goñi detalha como foi essa grande operação, que tinha o conhecimento dos ingleses e norte-americanos. O destino era a América Latina, quase sempre a Argentina. O regime ditatorial de Perón abrigou e protegeu esses fugitivos por décadas.

O relato dos últimos meses da guerra, dos preparativos que os nazistas fizeram para a fuga e o surpreendente apoio que encontraram, são esmiuçados no livro. A igreja católica e seus seguidores vão carregar essa infâmia para sempre.

Essa é a minha lista.

No começo do post, acima, eu disse que era difícil fazer uma lista de livros da Segunda Guerra. Eis que eu mesmo me arrisco a nomear a minha lista de "essencial", pelo o que peço perdão ao leitor, mas confesso que não resisti.

Tenho, em minha pequena biblioteca, algo em torno de 60 a 70 títulos sobre a Segunda Guerra, pretendi listar apenas 10 livros, mas foi complicado selecionar apenas 10. Existem muitas outras excelentes obras que poderiam estar nessa seleção, como por exemplo os livros sobre as batalhas de Stalingrado, Creta e Berlim de Antony Beevor e os trabalhos de Stephen E. Ambrose, dentre eles o sensacional Band Of Brothers que originou depois uma série de tv de grande sucesso nas mãos de Steven Spielberg e Tom Hanks.

Seguramente os leitores poderão indicar muitos outros livros. Sendo assim, não deixe de opinar após a leitura do post. Deixe suas sugestões de livros ou faça você mesmo sua lista pessoal nos comentários abaixo.

A ideia do post era fazer uma pequena homenagem aos 70 anos do fim da guerra na Europa. Gostaria de honrar e lembrar todos aqueles que lutaram e morreram em nome da liberdade e de um mundo melhor. Podemos ter dúvidas se o mundo se tornou um lugar melhor, mas o sacrifício dos 60 milhões de mortos nunca poderá ser esquecido.

Aos amantes dos livros, uma ótima leitura.

13 comentários:

  1. Olá Allysson.

    Obrigada por compartilhar a lista! Vou tentar alguns títulos.
    Gostaria de saber mais sobre a participação canadense na Segunda Guerra, especialmente na França, você conhece algum livro?
    Grata
    Alinne

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Alinne, uma boa pergunta essa.
      Existe uma boa bibliografia sobre a participação canadense, mas infelizmente em inglês. Confesso que não sei se existe algo em português. Vou dar uma pesquisada e te falo. Me cobre.
      Obrigado pelo comentário.

      Excluir
  2. Muito, muito bom sua lista... Pretendo lê todos q ainda não li, sobretudo os que relatam sobre o regime e sobre a guerra em si. Confesso que a parte do Holocausto não me agrada muito, prefiro filmes sobre esse tema.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom a lista guardando para leituras futuras, o primeiro na lista achei na biblioteca onde vou estudar, ;) (História é claro) , Band Of Brothers meu favorito e o seriado então (máximo)
    Agradecida
    Abraço

    ResponderExcluir
  4. Amigo, muito boa a postagem. Estou doido para adquirir a obra de Richard J. Evans mas como já tenho Ascenção e queda do 3º Reich, não sei se vai acrescentar muita coisa. O que você acha? Existe uma outra boa obra de William Shirer que é A Queda da França (esta adquiri, praticamente novo).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Geraldo,

      bom, pessoalmente sou um colecionador compulsivo de livros, principalmente de História. Vou dar minha modesta opinião.

      A trilogia de Evans é a mais recente, se beneficia de muitos documentos secretos até meados dos anos 2000. A considero hoje obrigatória para qualquer aficcionado pelo tema.

      Entretanto, mesmo mais antigos, e com algumas (poucas) informações defasadas, os livros de Shirer são igualmente obrigatórios. Acho que se complementam.

      Um exemplo disso são as 3 obras diferentes que tenho sobre o Dia D. O mais recente é o de Antony Beevor, mas tenho o de Stephen Ambrose e o clássico de Cornelius Ryan.

      Cada um deles tem seu brilho especial. Minha dica seria: vá comprando aos poucos...

      Obrigado por escrever e boas leituras...

      Excluir
  5. Allysson,
    Obrigado pela lista! Me ajuda muito na minha pesquisa sobre a 2ª guerra. Você leu "Inferno - O mundo em guerra 1939-1945" do Max Hastings?
    Foi o mais completo que li até hoje (em se tratando de um único volume)
    Tem muitos relatos e documentos de cartas de civis e soldados encontrados durante os conflitos, contando a histórias de pessoas simples envolvidas.
    Fora que explica toda a história da guerra de uma forma mais "profunda" que li em outros livros.
    Recomendo!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Denis,

      conheço o livro mas não li... entretanto o autor, Sir Hastings, é muito respeitado. Deve mesmo ser muito bom. Vou acrescentar na minha lista de compras...

      Obrigado por escrever... Boas leituras...

      Excluir
  6. Acrescentaria a sua excelente lista o livro Vida e Destino de Vassili Croosman. Grato!

    ResponderExcluir